Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) relacionou diferentes níveis de poluição às taxas de nascimento de meninos e meninas na cidade. No estudo ficou comprovado estatisticamente que em regiões com maiores índices de poluição o nascimento de meninas é mais provável que o de meninos. Os pesquisadores ainda não conseguiram determinar qual o composto químico ou sua proporção no ar capaz de produzir tal efeito, mas é consenso que a morte de espermatozóides com o cromossomo Y, responsável pela determinação do sexo masculino, pode estar acontecendo em decorrência da poluição.
Pesquisas anteriores mostraram essa mesma variação em camundongos de laboratório, mas isso nunca havia sido observado com humanos. Segundo a pesquisa da USP, nas regiões menos poluídas de São Paulo, 48,3% das crianças nascidas eram meninas, enquanto nas áreas mais poluídas esse número é de 49,3%. Mesmo que a variação pareça pequena, os pesquisadores alertam para essa mesma taxa nos último 60 anos, em que o nascimento de meninos sempre foi substancialmente mais
numeroso que o de meninas.
O coordenador da pesquisa, Jorge Hallak, explica que são inúmeros os fatores que podem causar esse efeito, sendo os mais comuns desastres naturais e crises de grandes proporções como guerras ou ataques terroristas. Em todos os casos, geralmente é o nascimento de meninas que aumenta, um efeito que os pesquisadores entendem como benéfico para a preservação da espécie por frear o crescimento da população como um todo. Os pesquisadores acreditam que a poluição tem atuado de maneira similar a compostos químicos em ambientes fabris, que há pouco tempo descobriu-se serem responsáveis pela diminuição da contagem de esperma e até por alguns casos de esterilidade. O debate em torno da divulgação do estudo leva a crer que espermatozóides que carregam o cromossomo Y são mais fracos que aqueles que carregam o cromossomo X e darão origem à meninas.
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Fonte: Galileu
